Dicas para Pais
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“O Que Senti Ao Ver Meu Filho Pela Primeira Vez”
Era madrugada de domingo. A gente já estava no hospital desde o dia anterior. Minha esposa com contrações intensas, uma dor que vinha em ondas, cada vez mais fortes. E eu ali, do lado, tentando ajudar como podia: segurando a mão, dizendo palavras de apoio, ajudando ela a caminhar pelo corredor. Me sentia… inútil. Ver quem você ama sofrendo e não poder fazer nada é uma das piores sensações que já experimentei.
A verdade? Eu não tinha feito curso de parto, não tinha lido livro nenhum. Nada de vídeos explicativos no YouTube. Minha cabeça só pensava em coisas práticas: mala do bebê, mala dela, bebê conforto. O resto? A gente ia descobrir na hora.
E a hora chegou.
Lembro de estar com o celular na mão, meio sem saber o que fazer. Olhava para os médicos e pensava: “Como é que vão tirar o Fernando dali?”
O médico fez uma força absurda. O corte parecia pequeno demais. Eu fiquei tenso. Muito tenso. E quando ele finalmente nasceu… ele estava roxo. Roxo de verdade.
Naquele momento, eu congelei. Só conseguia pensar:
“Essa é a cor normal de um bebê? Tá tudo certo com ele? Ele tá respirando?”
E foi aí que veio o maior choque de todos: eu não senti aquilo que todos dizem que a gente vai sentir.
Não chorei. Não me emocionei.
Eu só senti preocupação. Medo. Dúvida. Silêncio por dentro.
E depois disso, me culpei por um bom tempo. Achei que tinha começado errado. Que talvez tivesse falhado logo no meu primeiro segundo como pai.
Mas com o tempo — com as noites mal dormidas, com o toque no banho, com o cheiro dele grudado em mim — eu entendi.
O amor nem sempre chega com um estouro. Às vezes ele vem devagar, em silêncio, sem anúncio. E cresce ali, no detalhe. Na rotina. No cuidado.
Hoje eu sei: aquele amor já estava ali. Só precisava de espaço e tempo pra florescer.
Se você vai ser pai, ou acabou de se tornar um, e está se sentindo estranho por não ter vivido um momento mágico logo de cara… tá tudo bem.
A paternidade é real. E o amor também.
Mesmo que ele chegue diferente do que você imaginava.
Se esse texto fez sentido pra você, compartilha com outro pai ou futuro pai. A gente precisa normalizar esse lado mais honesto da paternidade. Nem sempre é poesia — mas é profundamente verdade
Conexão com meu filho.

O dia em que criei um laço com o Fernando — ou melhor dizendo, o dia em que ele decidiu criar um comigo — foi, sem dúvida, um daqueles momentos que ficam tatuados na alma.
Estávamos em plena pandemia, aquele cenário de filme estranho em que o mundo parecia ter apertado o botão de pausa. Lá em casa, a rotina era um eterno looping de silêncio, café requentado e pijama o dia inteiro. Eu tinha sido afastado do trabalho, então ficava em casa com o meu filho Fernando, o pequeno ser humaninho de poucas palavras — na verdade, bem poucas mesmo. Acho que nessa fase ele falava umas três palavras e duas eram “não”.
Num desses dias que pareciam iguais, depois do almoço, estávamos os dois no sofá. Ele deitado no meu peito, eu vendo TV, meio desligado do mundo como a maioria dos adultos exaustos. Do nada, ele olha pra mim. Até aí tudo bem, né? Só que não. Com uma precisão que nem sei de onde veio, ele pega meu rosto com as mãozinhas e posiciona o dele colado ao meu, olho no olho. E aí… ele simplesmente me encarou.
Não piscou, não sorriu, não fez gracinha — só me olhava. Firme. Sério. Intenso. Eu achei que vinha alguma careta ou uma gargalhada daquelas que ele costumava dar, mas não. Só silêncio. E aquele olhar. Foram uns 30, 40 segundos que pareceram horas. Eu até tentei disfarçar, dei uma risadinha meio sem graça, tipo “hahaha, que que tá acontecendo aqui?”, mas ele… nada. Só continuou me olhando, como se estivesse me dizendo algo muito importante — em uma língua que só os corações entendem.
E então, como se nada tivesse acontecido, ele deitou de volta no meu peito e dormiu. Simples assim. E eu fiquei ali, paralisado, tentando entender o que foi aquilo. Não sei explicar com palavras o que aquele olhar quis dizer, mas ao mesmo tempo eu entendi tudo. Não era raiva, nem tristeza, nem confusão. Era… presença. Era conexão. Era ele dizendo “tô aqui, pai”, sem precisar dizer uma única palavra.
Ele nunca mais fez isso, graças a Deus (porque olha, foi intenso, rs). Mas talvez por isso aquele momento tenha se tornado ainda mais especial. Foi único. Foi nosso. E eu nunca mais fui o mesmo depois daquele olhar.
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